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A Fazenda Escola Lagoa do Sino (FELS) e o projeto Transição Tropical, atividades de extensão desenvolvidas no Campus Lagoa do Sino da UFSCar, receberam nesta quarta-feira (15/10) reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU) como iniciativas dotadas de excelência técnica em produção agrícola sustentável e transformação tecnológica para avanço da segurança alimentar. A entrega foi feita em evento na programação do Fórum Mundial de Alimentação, que acontece ao longo de toda a semana em Roma, na Itália, celebrando os 80 anos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Participaram da cerimônia de reconhecimento a Reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira; o Diretor do Campus Lagoa do Sino, Alberto Carmassi; e a docente Roberta Lovaglio, responsável pela inscrição do projeto junto à FAO. Também esteve presente Luis Barbieri, Diretor Executivo do Instituto Folio, parceiro da UFSCar no Transição Tropical. Na ocasião, foram agraciadas iniciativas de todo o mundo, de acordo com as seis áreas técnicas da FAO: transformação sustentável da pecuária, Saúde Única e saúde animal; cooperação Sul-Sul e triangular; gestão de solos e recursos hídricos para agricultura resiliente e segurança alimentar; sistemas alimentares aquáticos sustentáveis; produção e proteção florestal susntentável; e produção e proteção sustentável de plantas. O objetivo, segundo a FAO, é reconhecer e recompensar contribuições exemplares; mobilizar colaborações, por meio da apresentação de modelos replicáveis e histórias de sucesso; e amplificar impactos pela disseminação de soluções tecnológicas.
"Fomos surpreendidos pelo anúncio da seleção, já que é um reconhecimento global para um projeto no qual acreditamos e estamos investindo muito, mas que ainda está em seu ano inicial. É mais um indicador, entre vários outros que temos recebido, de que estamos no caminho certo para articular o impacto local e regional do Campus à possibilidade de oferecer inspiração e, mais que isso, subsídios teóricos e práticos à multiplicação das experiências em outras regiões brasileiras e, como essa indicação da FAO mostra, também em outros países", compartilha Alberto Carmassi, Diretor do Campus Lagoa do Sino.
"Este reconhecimento é repleto de significados. A começar pelo fato de que estamos às vésperas do aniversário de 90 anos de Raduan Nassar e, também, de 50 anos do seu ?Lavoura Arcaica?; ao doar a Fazenda, Raduan sempre disse que o fazia para que pudesse devolver àquela terra tudo que dela recebera, na forma de conhecimento e da formação de pessoas. É satisfatório saber que estamos no caminho certo!", celebra Ana Beatriz de Oliveira, Reitora da UFSCar. "Neste ano o Brasil voltou a deixar o Mapa da Fome, indicador trabalhado pela FAO e, a partir do trabalho do Presidente Lula no G-20, o Brasil protagoniza a Ação Global contra a Fome e a Pobreza. O reconhecimento recebido consolida o trabalho da UFSCar em prol desta pauta, a partir do Campus Lagoa do Sino, o que é também muito especial. Mostra a potência das universidades públicas brasileiras nas pautas estratégicas de desenvolvimento, equidade e soberania do nosso país", acrescenta.
Fazenda Escola e Transição Tropical
A Fazenda Escola Lagoa do Sino foi criada, como projeto de extensão, em 2021. A iniciativa configura-se como projeto de produção e comercialização agropecuária que visa dar suporte às atividades acadêmicas do Campus. Com aproximadamente 370 hectares de área de cultivo, sua infraestrutura é voltada à produção de grãos (soja, milho, trigo, sorgo e feijão). Em 2024, nasce o projeto Transição Tropical, em uma parceria da UFSCar com o Instituto Folio, associação sem fins lucrativos para projetos de agricultura regenerativa orgânica. A meta é, em período inicialmente estimado em cinco anos, fazer a transição para um modelo agrícola regenerativo e orgânico, com substituição da agricultura de produtos pela agricultura de processos, a partir das interconexões entre planta, solo e a Natureza de modo mais amplo.
O trabalho já conta com mais de uma dezena de apoiadores, entre produtores, outras instituições de pesquisa e empresas de bioinsumos, além de financiamento dos institutos Ibirapitanga e Itaúsa, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e de emenda do deputado federal Guilherme Boulos. Um diferencial é o modelo de governança democrática e participativa, em diálogo permanente com o Conselho do Centro de Ciências da Natureza e toda a comunidade do Campus e, destes, com as demais entidades e pessoas participantes. Mais informações podem ser conferidas no site do projeto, em vídeo no canal UFSCar Oficial no YouTube e em matéria sobre a iniciativa produzida pelo Instituto da Cultura Científica da Universidade.