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Fabricio Mazocco - Publicado em 22-07-2025 13:00
Doutor pela UFSCar recebe prêmio da Sociedade Brasileira de Catálise
O pesquisador Iago William Zapelini. (Imagem: Divulgação)
O pesquisador Iago William Zapelini. (Imagem: Divulgação)
A Sociedade Brasileira de Catálise (SBCat), com apoio da Evonik, empresa alemã de especialidades químicas, concedeu ao pesquisador Iago William Zapelini, egresso do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química (PPGEQ) da UFSCar, o Prêmio "Tese de Doutorado em Catálise 2025". A premiação bienal reconhece teses que tenham contribuído de forma relevante para o avanço da catálise no Brasil. 

Zapelini formou-se em Engenharia Química pela UFSCar e ingressou no PPGEQ em 2017. Desenvolveu mestrado e doutorado no Laboratório de Catálise (LabCat), com foco em materiais zeolíticos aplicados à catálise, sob orientação do professor Dilson Cardoso, do Departamento de Engenharia Química (DEQ).

"Minha pesquisa foi na área de catálise heterogênea, mais especificamente na preparação de catalisadores para converter moléculas em produtos de interesse. Os catalisadores facilitam essas reações. Os materiais que preparamos são da classe das zeólitas, que são sólidos com elevada porosidade, também conhecidos como peneiras moleculares", explica o pesquisador, atualmente docente da Faculdade de Engenharia e Ciências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Rosana (SP).

Entre os resultados alcançados estão um sólido parcialmente cristalizado que unia grande quantidade de sítios ativos ainda acessíveis para moléculas grandes, antes da consolidação da estrutura porosa da zeólita, nem amorfo, nem cristalino. "Nas reações em que foram estudados os melhores catalisadores eram algo entre uma coisa e outra. Isso vai um pouco na contramão do que normalmente se procura: um material muito bem formado costuma ser o melhor, mas isso depende muito da reação que será catalisada. Além disso, esses sólidos parcialmente cristalizados tem um grande potencial de modificação, devido aos grupos silanóis na sua superfície. Esses silanóis são defeitos da estrutura, que vão desaparecendo durante a cristalização. Entretanto, esses grupos podem ser quimicamente explorados para inserir novas propriedades nos materiais. Usamos dessa abordagem para preparar matérias bifuncionais. A ideia é que esses catalisadores sejam aplicados em reações de valorização da biomassa, convertendo seus grandes componentes em produtos de valor agregado como combustíveis" afirma.

"O prêmio foi uma honra e a realização de um sonho que tive desde que entrei no doutorado. Sempre admirei os pesquisadores que receberam esse mérito e desde então almejei esse prêmio. Foi um incentivo para que eu, juntamente com meu orientador, fizéssemos um bom trabalho. Também fiquei feliz de poder levar o nome do PPGEQ e do LabCat a uma posição de destaque. É uma forma de compartilhar a honraria com as instituições e pessoas que foram essenciais para esse feito", finaliza Zapelini.