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Flávia Salmázio - Publicado em 07-07-2020 09:00 - Atualizado em 07-07-2020
UFSCar amplia quantidade de bolsas de assistência estudantil em 37%
UFSCar, campus São Carlos (Foto: Daniela Zigante)
UFSCar, campus São Carlos (Foto: Daniela Zigante)
Nos últimos 4 anos, o Programa de Assistência Estudantil (PAE) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) passou por mudanças de metodologia. O objetivo foi melhorar o apoio aos estudantes em vulnerabilidade socioeconômica, visando sua permanência na Universidade. As mudanças, combinadas com mais investimentos, possibilitaram ampliar em 37% o número de bolsistas atendidos, comparando-se os dados dos anos de 2016 e 2019. 

"Com as ações afirmativas consolidadas, o perfil do estudante na Universidade mudou. Esta mudança é extremamente positiva, pois a Universidade pública é de todos e deve cumprir seu papel de transformar a realidade social do País por meio do conhecimento. Nosso objetivo é que os estudantes cheguem na Universidade e permaneçam até o final de seu curso, por isso trabalhamos para ampliar o seu apoio e acolhimento", explica a Reitora da UFSCar, Wanda Hoffmann.

Em 2016, 1.753 estudantes da UFSCar foram atendidos com bolsas de assistência estudantil. Já em 2019 a UFSCar atendeu 2.401 estudantes - um aumento de 37%.  A gestão e execução do Programa de Assistência Estudantil (PAE) são realizadas pela Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis da UFSCar (ProACE), que promoveu mudança em procedimentos e metodologias de trabalho para melhorar a permanência do estudante na Universidade. A primeira destas mudanças ocorreu na configuração do antigo Departamento de Serviço Social (DeSS). Para ampliar a visão do papel da assistência estudantil, e após promover uma reflexão interna entre os técnicos da ProACE, o Departamento foi reestruturado. Agora, em seu lugar, temos o Departamento de Assistência ao Estudante (DeAE). 

"Implantamos uma visão mais ampla do que é a política de assistência estudantil e de permanência estudantil. O serviço era muito focado na perícia da condição socioeconômica na entrada, verificando se o estudante tem perfil ou não. Agora, vemos o ingresso como apenas uma etapa dentre outras que são fundamentais para o estudante ter suporte, permanecer na Universidade e concluir o seu curso", afirma Francy Mary Alves Back, Pró-Reitora Adjunta da ProACE.

Profissionais de outras áreas foram agregados à equipe do DeAE para a ampliação do campo de conhecimento. Além dos assistentes sociais, atuam na equipe um psicólogo e um terapeuta ocupacional. Já na parte metodológica, o Departamento criou o profissional de referência. Ou seja, todos os estudantes que participam do PAE têm um profissional que o acompanha de maneira abrangente durante toda sua permanência no Programa, e não apenas nas emergências. 

A mudança na metodologia do processo de avaliação socioeconômica para o ingresso também foi um importante marco para o Programa de Assistência Estudantil da UFSCar. Até então, a avaliação era focada na renda e não levava em consideração outros aspectos. "A dinâmica de vulnerabilidade não está restrita apenas a uma questão de renda. Ela abrange múltiplas dimensões que devem ser consideradas no processo de avaliação. A avaliação é socioeconômica, e não apenas de renda", explica Francy Back. 

Hoje, a avaliação leva em consideração indicadores de vulnerabilidade como condições de moradia (própria, alugada, financiada, ocupação), de saúde do grupo familiar, condição profissional e de trabalho, se são famílias atendidas por programas sociais externos e, também, a renda.